A fáscia é praticamente inseparável de todas as estruturas do corpo e permite criar continuidade entre os tecidos, melhorando a sua função e dando suporte.
Trata-se de um tecido viscoelástico ininterrupto, que forma uma matriz funcional de colagéno tridimensional, que envolve e penetra todas as estruturas do corpo.
Os recentes avanços científicos nos campos da biomecânica, anatomia macroscópica e histologia, proporcionaran um maior conhecimento sobre a fáscia, o que levou a um crecimento exponencial da importância que é atribuída a esta estrutura.
A continuidade da fáscia
A característica-chave da fáscia, a sua continuidade, ajuda a explicar conceitos como a transmissão de força miofascial.
Estudos como o de Hunjing, descreveram as propriedades biomecânicas da transmissão de força extramuscular e intramuscular, onde se verificou que os tecidos conjuntivos circundantes influenciam o potencial de força e ligam grupos musculares. Com efeito, nesses mesmos estudos, é mostrado como esta fáscia influencia o comprimento dos sarcómeros para melhorar a produção de força.
Existem também trabalhos de descrição morfológica da fáscia, onde esta é apresentada como tendo sido projetada para captar forças tensionais no sistema músculo-esquelético, de forma ótima.
Mecanotransdução
O corpo humano é organizado como um sistema mecanicamente estabilizado, onde existe um equilíbrio perfeito entre as forças de tensão e compressão (tensegridade). Isto permite que a forma esteja estabilizada, enquanto é integrada a estrutura e função das células, tecidos, órgãos e qualquer outra estrutura.
Com efeito, sabe-se hoje que as trocas bioquímicas intracelulares têm origem em forças aplicadas por um sistema mecânico molecular. Estamos, pois, a falar de mecanotransdução!
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Fonte:
Myroslava Kumka, MD, PhD* and Jason Bonar, BScKin, DC. 2012. "Fascia: a morphological description and classification system based on a literature review".