A fáscia é formada por tecido conjuntivo que se organiza e interliga muito densamente. Do ponto de vista histológico, na sua composição apresenta 20% de células (como fibroblastos, adipócitos, macrófagos e mastócitos) e 80% de matriz extracelular, sendo o seu aspecto semelhante à estrutura de uma laranja, nomeadamente daquela película branca que evolve a polpa.
Envolve, de forma ininterrupta, todas as estruturas do corpo e apresenta-se como um sistema altamente especializado que está presente em todo o corpo. Na base da sua fisiologia e biomecânica estão 3 propriedades que definem a sua ação e, também dão pistas sobre como podemos intervir: tensegridade, piezoeletricidade e tixotropismo.
Com toda a certeza terá compreendido a globalidade e importância da FÁSCIA, assim como que qualquer perturbação na sua função ou estrutura pode criar alterações na tensão miofascial, podendo originar sinais e sintomas como dor ou restrição de movimento. O que pode ainda não saber é que, na maioria, estas alterações não são detetáveis nos exames complementares de diagnóstico, nem numa avaliação standard musculosquelética.
Ora, importa conhecer os diferentes tipos de traumatismos que estamos a considerar:
Importa também conhecer o processo que conduz à disfunção de movimento e de equilíbrio estrutural.
Com efeito, a compreensão do mecanismo que conduz à disfunção fascial é essencial para entender como podemos intervir sobre esta estrutura.
Terapias Miofasciais - a técnica
A abordagem miofascial pressupõe uma leitura e avaliação mais global e detalhada do indivíduo para a determinação do diagnóstico de modo preciso e objetivo. É essencial saber qual a verdadeira causa da disfunção, pois só assim é possível estruturar o plano de intervenção e selecionar as técnicas mais adequadas.
Vamos então falar-te da técnica telescópica, uma das técnicas miofasciais mais usadas na prática clínica na intervenção das extremidades. Esta está indicada em caso de restrições pouco específicas e sintomatologia irradiada, bem como complemento a técnicas localizadas, com vista à promoção de uma melhor orientação das tensões dos tecidos - curioso? Assista agora a este tutorial gratuito com o Fisioterapeuta Alexandre Novais:
CV: Alexandre Novais é Fisioterapeuta. Tem Pós-Graduação em Terapias Miofasciais 1º e 2º Nível realizado pelo Instituto Europeu de Ensino Superior, em Osteoetiopatia pela ATMS e também em Hidroterapia, ministrada por Johan Lambeck e Urs Gamper.