O AVC é uma das principais causas de incapacidade adquirida em adultos. Não só a funcionalidade do membro inferior é prejudicada após o AVC, mas também a funcionalidade do membro superior. Quase 70% dos pacientes com acidente vascular cerebral sofrem deficiências motoras e/ou somatossensoriais no membro superior. As deficiências nos membros superiores resultam no não uso e restringem a funcionalidade do paciente na realização e participação nas atividades de vida diária.
A somatossensação denota estar ciente das partes do corpo, identificando movimentos, detetando o toque e discriminando entre estímulos. Propriocepção (por exemplo, senso de posição e cinestesia), exterocepção (por exemplo, toque leve, picada de agulha e dor) e somatossensação cortical superior (por exemplo, discriminação de dois pontos, estereognosia) são as diferentes modalidades de somatossensação.
A informação somatossensorial é essencial para a função motora. A integração de diferentes sensações da pele, ligamentos, músculos e articulações promove movimentos controlados e precisos dos membros superiores. Assim, a recuperação da funcionalidade do membro superior após o AVC depende da recuperação sensório-motora.
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A disfunção somatossensorial é comum após o acidente vascular cerebral com déficits observados em 41-63% dos pacientes na fase aguda, 21-54% na fase subaguda e 3-50% na fase crônica com comprometimento em pelo menos uma das modalidades somatossensoriais. As intervenções somatossensoriais podem ter um papel fundamental em estratégias eficazes de reabilitação para o membro superior e na promoção da recuperação motora em sobreviventes após acidente vascular cerebral.
Estudos investigaram o efeito da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) somatossensorial na função motora de membros superiores e inferiores e descobriram que a TENS pode ser benéfico para a recuperação motora pós-AVC.
Uma revisão abrangente atualizada deste domínio de pesquisa parece necessária. No geral, pesquisas consideráveis têm sido dedicadas à recuperação motora dos membros superiores e inferiores após acidente vascular cerebral, e menos atenção tem sido dada à sua recuperação somatossensorial.
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