Cuidados Paliativos – que definição?
Segundo o Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos (2017-2018), a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos define Cuidados Paliativos como: “cuidados ativos, coordenados e globais, prestados por unidades e equipas específicas, em internamento ou no domicílio a doentes em situação de sofrimento decorrente de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva, assim como às suas famílias, com o principal objetivo de promover o seu bem-estar e a sua qualidade de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, com base na identificação precoce e no tratamento rigoroso da dor e outros sintomas físicos, mas também psicossociais e espirituais” - para conhecer o Modelo de organização da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, clique aqui e receberá a infografia no momento!
Qual a sua importância?
Os Cuidados Paliativos (CP) são cuidados de saúde especializados para pessoas com doenças graves e/ou avançadas e progressivas, qualquer que seja a sua idade, diagnóstico ou estadio da doença e de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS):
Quem pode beneficiar deste tipo de cuidados de saúde?
Os CP especializados destinam-se ao acompanhamento de situações complexas, como:
Níveis de Diferenciação
De acordo com a European Association for Palliative Care (EAPC), devem considerar-se pelo menos dois níveis de cuidados: a Abordagem Paliativa e os CP especializados. A Abordagem Paliativa é utilizada nos serviços onde ocasionalmente são tratados doentes com necessidades paliativas, enquanto os CP especializados são prestados por equipas multidisciplinares próprias, com competências especializadas, focadas na otimização da qualidade de vida dos doentes. (5) No entanto em alguns países, este modelo de dois níveis foi subdivido em três ou mesmo quatro níveis, nomeadamente:
Complexidade dos doentes
Uma vez que nem todos os doentes apresentam o mesmo nível de complexidade e nem todos exigem a intervenção de uma equipa especializada de CP, deve ter-se em consideração as diferentes necessidades dos doentes e famílias, que poderão escalonar-se em:
Na avaliação da complexidade dos problemas é importante ter em conta o que condiciona a qualidade de vida dos doentes, mas também a possibilidade de flutuações e mudança de nível de complexidade ao longo da trajetória de doença, bem como a capacidade de resposta dos serviços de saúde, que deve ser concreta, efetiva e atempada.
Assim, a avaliação da complexidade das situações deve ter em conta os seguintes elementos:
Princípios de controlo de sintomas de acordo com a Ordem dos Médicos
Que especialidades estão associadas aos CP?
Segundo a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), deve considerar-se a abordagem dos cuidados paliativos quando "a doença é identificada como incurável ou progressiva, não devendo ser limitada apenas às últimas semanas ou dias de vida de modo a não privar o doente e família de cuidados que podem melhorar a qualidade de vida e aliviar o sofrimento.
Uma abordagem precoce dos cuidados paliativos tem efeito preventivo uma vez que antecipa, previne ou alivia o sofrimento físico, psicológico e espiritual. Os CP e as outras especialidades não se excluem mutuamente. Pelo contrário, os cuidados paliativos podem complementar e potenciar as terapêuticas dirigidas à doença.
No início da trajetória da doença (após a identificação da incurabilidade) o foco da intervenção pode ser o controlo da doença com recurso às várias especialidades médicas envolvidas e a abordagem dos cuidados paliativos vai contribuir para otimizar a qualidade de vida. Numa fase mais avançada, a abordagem dos cuidados paliativos assume um papel mais relevante, uma vez que as terapêuticas dirigidas à doença tornam-se menos efetivas e apropriadas.
Inevitavelmente existem especialidades médicas que estão intrinsecamente ligadas aos Cuidados Paliativos pela participação ativa nos cuidados ao longo da trajetória da doença, tais como: Neurologia, Oncologia, Fisiatria, Radioterapia" - para conhecer o Modelo de organização da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, clique aqui e receberá a infografia no momento!
Esta abordagem é transdisciplicar, pelo que estivemos à converca com Catarina Simões, uma enfermeira com muita experiência neste contexto, veja o resultado desta entrevista aqui.
Fonte: SNS (https://www.sns.gov.pt/sns/cuidados-paliativos/plano-estrategico-iniciativas-e-acoes-em-curso/); APCP (http://www.apcp.com.pt/faq.html#a816); Ordem dos Médicos (https://ordemdosmedicos.pt/principios-do-controlo-de-sintomas-um-pilar-dos-cuidados-palia