“A evidência científica é clara e inequívoca: atletas mais fortes são atletas com maior potencial para exprimirem outras qualidades como potência, velocidade ou resistência, assim como apresentam um menor risco de lesão. No entanto, é necessário contextualizar o que é considerado ser forte.
O treino de força e potência é apenas um meio para atingir um fim. Através da manipulação de variáveis como a intensidade, volume, tipo de exercício, descanso entre séries, frequência semanal, entre muitas outras, conseguimos ajustar o tipo de estímulo externo que irá resultar numa resposta interna específica. Por esta razão temos por hábito dizer que o treino é uma intervenção invasiva na fisiologia humana utilizando elementos externos.
Embora exista uma correlação forte entre força máxima e determinadas tarefas como aceleração durante distâncias curtas, salto vertical, entre outras, sobretudo em atletas não treinados ou pouco fortes; a partir de determinado nível nem sempre os atletas mais fortes são os mais rápidos e potentes dentro do terreno de jogo.
A limitação temporal para produzir força, a existência de elementos técnicos e táticos, a fadiga, etc., fazem com que o treino de força e potência seja muito mais do que aquilo que é feito tradicionalmente no ginásio.
Atletas de modalidades coletivas ou individuais cujo objetivo final da modalidade não seja mover o máximo de carga existente numa barra, haltere ou implemento externo, devem ser expostos a um programa de desenvolvimento de qualidades físicas como a velocidade, agilidade e endurance (consoante a sua modalidade), onde o desenvolvimento da força máxima é uma das componentes e não o cerne do treino.
Há uns anos o mindset de treino era muito influenciado pelo mundo do bodybuilding e filmes como Pumping Iron, sendo que os atletas treinavam essencialmente com métodos culturistas. De seguida, existiu uma transição para o dito “treino funcional”, onde as plataformas instáveis e exercícios com peso corporal derivados do mundo do fitness se tornaram a tendência mais comum (ainda hoje observada no quotidiano de muitos atletas).
Se o tema lhe interessa, também poderá ter acesso a "PEAK Performance Series: Dispêndio Energético na Atividade Desportiva" 👉 AQUI
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Mais recentemente, com o crescimento do powerlifting e CrossFit, vemos cada vez mais atletas de diferentes modalidades a serem expostos a programas de treino que os deixam mais preparados para competições de powerlifting ou CrossFit Games do que propriamente para a sua modalidade desportiva.
Aquilo que nós pretendemos transmitir é que todas essas estratégias são ferramentas que podem ser pontualmente utilizadas em determinadas fases do ano ou da carreira de um atleta, mas não como sendo a parte mais importante do treino, com o único objetivo de os tornar mais fortes no terreno de jogo, assim como reduzir o risco de lesão.
Desenvolvimento atlético não é apenas ginásio. Treinar apenas força máxima é tão errado quanto simplesmente não treinar essa componente.”
Retirado do “à conversa com… a equipa The PEAK”, presente na 8ª edição da Bwizer Magazine.
Um dos aspetos referidos durante a entrevista aos especialistas Luís Mesquita, Mário Simões e Bruno Matos, foi a importância da nutrição na performance.
Nesse seguimento, o formador Mário Simões deixou-nos com um vídeo sobre o consumo de hidratos de carbono na performance. Submeta o formulário abaixo para ter acesso ao vídeo.