Existem várias definições para o termo úlcera de perna mas, sem dúvida, uma das mais utilizadas é a de Conuei (2008) que a descreve como uma “lesão da extremidade inferior, espontânea ou acidental, cuja etiologia se refere a processo patológico sistémico ou da extremidade e que não cicatriza no intervalo temporal esperado”. Tem uma prevalência de 0,1% a 0,3% no total da população, sendo mais comum em mulheres e em indivíduos com idade superior a 65 anos.
Com efeito, estamos perante uma úlcera de perna quando encontramos uma ferida que demora mais do que 6 semanas a cicatrizar. Esta dificuldade em cicatrizar leva a que 40 a 50% de todas as úlceras permaneçam ativas por mais de 6 meses e que 70% possa mesmo ter uma recidiva.
Como surge uma úlcera de perna?
A Etiopatogenia é multifatorial e envolve diferentes fenómenos fisiopatológicos que condicionam alterações circulatórias, microvasculares e dérmicas. Hoje sabe-se também que o seu surgimento e está relacionado com uma predisposição para o processo de ulceração e uma incapacidade na autorregeneração. Ora, podemos classificar as etiologia da seguinte forma:
Fisiopatologia e achados clínicos no exame físico
Do ponto de vista fisiopatológico existem dois grandes grupos de úlceras de perna:
1.ÚLCERAS ARTERIAIS associadas à Doença Arterial Periférica (DAP) e, mais propriamente, à aterosclerose
Porquê? Porque a deposição de placas de gordura na parede dos vasos (artérias) conduz a um estreitamento de seu lúmen e, como consequência, existe uma diminuição do fluxo sanguíneo que dá origem a isquemia tecidular local (=má nutrição e oxigenação dos tecidos, assim como fraca remoção dos resíduos do metabolismo celular)
Principais achados clínicos:
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Fonte: Conuei 2008;