Treinar sob fadiga é uma tendência real entre os atletas de elite. Com efeito, especialistas sugerem que, ao simular condições reais de jogo, os atletas estarão mais preparados para a exposição à fadiga, resultando em menor risco de lesões. Mas é a melhor estratégia?
Este artigo concluiu que o treino sob fadiga reduz o risco de lesões relacionadas com a fadiga durante o estágio final de uma competição, e que “treinar sob um estado de fadiga pode melhorar o desempenho em estado de fadiga”.
Em primeiro lugar, para entender o que é fadiga, devemos compreender alguns conceitos bioenergéticos básicos.
1. Por que razão ocorre fadiga
O corpo humano precisa de energia para funcionar. A conversão de macronutrientes (hidratos de carbono, proteínas e gorduras) em formas de energia biologicamente utilizáveis é o que nos permite manter a função básica e sermos capazes de nos exercitar.
O ATP é uma molécula intermediária que impulsiona a produção de energia. Sem o ATP, a função muscular não seria possível. Assim, é vital entender como o exercício afeta a hidrólise e a ressíntese de ATP. Devido à economia, as células musculares armazenam quantidades limitadas de ATP e, como a atividade requer um suprimento constante de ATP para fornecer energia à atividade muscular, os processos produtores de ATP devem ocorrer dentro da célula.
Existem dois mecanismos principais: 1) aeróbico, que requer a presença de oxigênio, e 2) anaeróbico, que pode ocorrer sem qualquer fornecimento de oxigénio. Em relação aos sistemas energéticos, três sistemas básicos podem ser destacados: sistema de fosfogénio, glicólise e sistema oxidativo.
Apesar da maioria dos autores dividir os sistemas de energia pela duração e intensidade do exercício, é vital reconhecer que, a qualquer momento, todos os sistemas de energia estão ativos. A única diferença, relacionada com a duração e intensidade do exercício, é a sua percentagem de uso. Por exemplo, mesmo para uma corrida de 100m, o mecanismo aeróbico é responsável por aproximadamente 13% do total. Portanto, não é possível classificar uma atividade como apenas anaeróbica, por exemplo. Os sistemas de energia são assim um contínuo, sem intervalos entre eles.
A fadiga pode ser o resultado da ressíntese ineficiente de ATP, acumulação de de íons H+, estados do sistema nervoso autónomo, etc. Portanto, é um evento multifatorial. A fadiga é uma espécie de alarme, alertando que as nossas capacidades provavelmente serão comprometidas.
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CV: A atividade profissional levou-o a viajar pelo mundo, com presença marcada no desporto de alta competição em Portugal e na 1ª Liga Chinesa de Futebol, para além da EXOS e, como claro reconhecimento do seu valor enquanto profissional de excelência, pertenceu ao Comité Olímpico Chinês.
Fonte: BRIDGING THE GAP: REHAB & PERFORMANCE - https://btgap.org/2015/07/24/training-under-fatigue-does-it-matter/