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Publicado a 08/08/2017

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Terapia manual na dor musculoesquelética: mecanismos de ação

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As ferramentas e conceitos no âmbito da Terapia Manual são opções válidas no tratamento da dor músculo-esquelética. E se esta premissa é já consensual entre os Fisioterapeutas, os mecanismos através dos quais são obtidos estes resultados nem tanto.

De uma forma muito sucinta podemos afirmar que as forças mecânicas aplicadas dão início a uma cascata de respostas neurofisiológicas do sistema nervoso periférico, central e supraespinhal que são responsáveis pelos resultados clínicos. Consequentemente, pode observar-se diminuição da dor e rigidez, aumento da amplitude e uma maior funcionalidade.

 

Mas como?

Estudos mediram respostas associadas de hipoalgesia e atividade simpática após manobras de Terapia Manual, sugerindo um processo mediado pelo corno dorsal da medula espinhal, estando envolvidos mecanismos centrais, periféricos e supraespinhais.

  • Mecanismos Periféricos - Lesões musculoesqueléticas induzem uma resposta inflamatória que inicia o processo de cicatrização e influencia o processamento da dor. Os mediadores inflamatórios e os nociceptores periféricos interagem em resposta a lesões e a verdade é que a Terapia manual pode afetar diretamente esse processo, levando a uma redução significativa de citocinas, bem como alteração dos níveis sanguíneos de β-endorfina, anandamida, N-palmitoletanolamida, serotonina e opióides endógenos após MT. De salientar que por exemplo a aplicação de Terapia Manual nos tecidos moles mostrou alterar a inflamação aguda em resposta ao exercício e os níveis de substância P em indivíduos com fibromialgia.
  • Mecanismos Centrais - Em diversos estudos, provou-se que a Terapia Manual conduz a uma diminuição da ativação do corno dorsal da medula espinhal, conduzindo a hipoalgesia, "descarga" aferente, modulação da atividade do motoneurónio e mudanças na atividade muscular.
  • Mecanismos supraespinhais - Estruturas como o córtex cingular anterior (ACC), a amígdala e a medula ventromedial rostral (RVM) são consideradas fundamentais na experiência da dor. Estas estruturas juntamente com respostas associadas, como as autônomas exercem um efeito sobre a dor. Além destas, variáveis como placebo, expectativa e fatores psicossociais são pertinentes no resultado da Terapia Manual, pois estão influenciam a inibição descendente supraspinal devido a alterações associadas no sistema opióide, produção de dopamina e sistema nervoso central. Por exemplo, a expectativa de eficácia da MT está associada a resultados funcionais e uma revisão sistemática recente observou que as manobras articulares estão associadas a melhores resultados psicológicos.

Fonte:

"The Mechanisms of Manual Therapy in the Treatment of Musculoskeletal Pain: A Comprehensive Model"

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