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Publicado a 05/04/2019

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Liliana Silva

Terapêutica Inalatória | Por Liliana Silva (Bwizer Magazine)

Liliana Silva

Este artigo fez parte do Número 6 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

 

A terapêutica inalatória consiste na admi­nistração de fármacos pela via inalatória e é considerada a mais eficaz no controlo de doenças respiratórias. Os vários tipos de dispositivos inalatórios disponíveis no mercado têm diferentes especificidades e exigem técnicas diferentes, o que aumen­ta a possibilidade de erros na sua utiliza­ção condiciona a eficácia e a adesão ao tratamento. Estima-se que cerca de 75% a 80% das pessoas cometem algum tipo de erro na técnica inalatória. Os estudos realizados nesta área alertam para a im­portância que o ensino e revisão da técni­ca inalatória têm no controlo das doenças respiratórias. O profissional de saúde tem a responsabilidade de intervir nesta educação terapêutica, contudo, a sua própria formação seja incisiva nesta temática. A utilização da via inalatória remonta a 400 a.C., altura em que Hipócrates descreveu a inalação de vapores como terapêutica. Em meados do século XIX faz-se referên­cia à terapêutica inalatória nos tratados de medicina e em 1930 houve um ponto de viragem com a administração de um aerossol de adrenalina no tratamento da Asma. O primeiro inalador pressurizado surge em 1956. (2)

Quando comparada com outras vias de administração de fármacos, permite uma ação terapêutica mais rápida e mais efi­caz, uma vez que se atingem concen­trações elevadas de fármaco a nível do pulmão. Deste modo, é possível utilizar doses mais baixas do mesmo fármaco, por vezes 1000 vezes mais baixas, para atingir o efeito pretendido a nível respira­tório. Os efeitos adversos são diminuídos atendendo às baixas concentrações de fármaco.

A deposição do fármaco nas vias aéreas inferiores é influenciada por vários fato­res relacionados com a anatomia das vias respiratórias, com as características do medicamento e do tamanho das suas partículas, com o padrão ventilatório e ca­racterísticas da pessoa, assim como com a técnica de inalação executada.

O pulmão é um órgão complexo com vá­rias ramificações e subdivisões, desde a traqueia, aos vários calibres de brônquios até aos alvéolos e, as características de cada estrutura vão condicionar a deposi­ção dos fármacos à medida que estes se deslocam pela árvore brônquica. As vias respiratórias superiores têm uma função de defesa, logo é esperado que grande parte do fármaco inalado lá se deposite. A inalação deve ser realizada por via oral, evitando sempre que possível a via nasal, pela presença de mais barreiras anatómi­cas e de defesa que diminuem em 50% a percentagem de fármaco que atinge o pulmão. Já nas vias respiratórias inferio­res vão ter a resistência ao ar inspirado e as forças de inércia que influenciam os diferentes mecanismos de deposição de partículas. A presença de processos in­flamatórios e obstrutivos, como é o caso das secreções, condicionam de igual modo a deposição do fármaco.

O diâmetro das partículas inaladas e as suas propriedades aerodinâmicas vai condicionar a sua dispersão e deposição. A dimensão das partículas não é constan­te ao longo das vias respiratórias, poden­do diminuir o seu diâmetro como é fre­quente nos aerossóis pressurizados por evaporação do propelente ou, podendo aumentar pelo efeito hidroscópico, absor­vendo as moléculas de água constantes nas vias respiratórias, como é o caso de nebulizadores.

 

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Este artigo fez parte do Número 6 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

CV: Licenciada em Enfermagem pela Universidade Fernando Pessoa, Especialista e Mestre em Enfermagem de Reabilitação pela Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Fonte: Consulte o número 6 da Bwizer Magazine

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