Este artigo fez parte do Número 6 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.
A terapêutica inalatória consiste na administração de fármacos pela via inalatória e é considerada a mais eficaz no controlo de doenças respiratórias. Os vários tipos de dispositivos inalatórios disponíveis no mercado têm diferentes especificidades e exigem técnicas diferentes, o que aumenta a possibilidade de erros na sua utilização condiciona a eficácia e a adesão ao tratamento. Estima-se que cerca de 75% a 80% das pessoas cometem algum tipo de erro na técnica inalatória. Os estudos realizados nesta área alertam para a importância que o ensino e revisão da técnica inalatória têm no controlo das doenças respiratórias. O profissional de saúde tem a responsabilidade de intervir nesta educação terapêutica, contudo, a sua própria formação seja incisiva nesta temática. A utilização da via inalatória remonta a 400 a.C., altura em que Hipócrates descreveu a inalação de vapores como terapêutica. Em meados do século XIX faz-se referência à terapêutica inalatória nos tratados de medicina e em 1930 houve um ponto de viragem com a administração de um aerossol de adrenalina no tratamento da Asma. O primeiro inalador pressurizado surge em 1956. (2)
Quando comparada com outras vias de administração de fármacos, permite uma ação terapêutica mais rápida e mais eficaz, uma vez que se atingem concentrações elevadas de fármaco a nível do pulmão. Deste modo, é possível utilizar doses mais baixas do mesmo fármaco, por vezes 1000 vezes mais baixas, para atingir o efeito pretendido a nível respiratório. Os efeitos adversos são diminuídos atendendo às baixas concentrações de fármaco.
A deposição do fármaco nas vias aéreas inferiores é influenciada por vários fatores relacionados com a anatomia das vias respiratórias, com as características do medicamento e do tamanho das suas partículas, com o padrão ventilatório e características da pessoa, assim como com a técnica de inalação executada.
O pulmão é um órgão complexo com várias ramificações e subdivisões, desde a traqueia, aos vários calibres de brônquios até aos alvéolos e, as características de cada estrutura vão condicionar a deposição dos fármacos à medida que estes se deslocam pela árvore brônquica. As vias respiratórias superiores têm uma função de defesa, logo é esperado que grande parte do fármaco inalado lá se deposite. A inalação deve ser realizada por via oral, evitando sempre que possível a via nasal, pela presença de mais barreiras anatómicas e de defesa que diminuem em 50% a percentagem de fármaco que atinge o pulmão. Já nas vias respiratórias inferiores vão ter a resistência ao ar inspirado e as forças de inércia que influenciam os diferentes mecanismos de deposição de partículas. A presença de processos inflamatórios e obstrutivos, como é o caso das secreções, condicionam de igual modo a deposição do fármaco.
O diâmetro das partículas inaladas e as suas propriedades aerodinâmicas vai condicionar a sua dispersão e deposição. A dimensão das partículas não é constante ao longo das vias respiratórias, podendo diminuir o seu diâmetro como é frequente nos aerossóis pressurizados por evaporação do propelente ou, podendo aumentar pelo efeito hidroscópico, absorvendo as moléculas de água constantes nas vias respiratórias, como é o caso de nebulizadores.
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CV: Licenciada em Enfermagem pela Universidade Fernando Pessoa, Especialista e Mestre em Enfermagem de Reabilitação pela Escola Superior de Enfermagem do Porto.
Fonte: Consulte o número 6 da Bwizer Magazine