Como referimos no artigo "A importância da fase inflamatória na Miopatia do Exercício", o exercício físico exaustivo e/ou de forma pontual induz alterações estruturais musculares neuro-músculo-esqueléticas cuja fisiopatologia é ainda pouco clara e às quais denominamos de Miopatia do Exercício, sendo as suas alterações fisiológicas e anatómicas semelhantes às alterações que decorrem numa distrofia muscular, apenas com a diferença que são transitórias e temporárias.
A Miopatia do Exercício é uma "entidade anatomopatológica induzida pela realização de exercícios físicos extenuantes ou inabituais, limitada a algumas áreas do tecido muscular esquelético. É identificada pela elevação das enzimas lisossómicas musculares, pela elevação plasmática de várias proteínas musculares, pelas alterações estruturais e ultra-estruturais musculares e pela diminuição da força máxima voluntária e involuntária não atribuível à fadiga".
A sensação retardada de desconforto muscular e a captação aumentada de produtos radioactivos pelos músculos lesados são também sinais clinicamente importantes. Se o termo “miopatia” parece ser abusivo, o seu carácter necrótico, catabólico e inflamatório, apesar de transitório, justifica a designação.
Atualmente, torna-se cada vez mais determinante para o profissional de saúde e exercício, conhecer a fisiopatologia e fisiologia do exercício, de forma a saber implementar um plano de exercício clínico, uma área de estudo complexa e que aborda a capacidade do exercício como método de intervenção em patologias associadas principalmente ao sedentarismo e ao envelhecimento.
Para que saiba um pouco mais sobre este tema, deixamos-lhe um vídeo onde o fisiologista do exercício Eduardo Teixeira lhe explica Quais os sintomas e fases de recuperação da Miopatia do Exercício:
Fonte:
Miopatia do Exercício. Anatomopatologia e Fisiopatologia, J. A. Duarte, M.P. Mota, M.J. Neuparth, H.J. Appell, J.M.C. Soares - Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 2 [73–80]