Hermínio Gonçalves é um Fisioterapeuta brasileiro, já com um longo percurso. O seu profissionalismo e a sua assertividade, aliados ao conhecimento que detém particularmente nesta área, faz com que seja um prazer entrevistá-lo. Esta conversa deixa algumas luzes sobre a sua visão sobre a Reabilitação Vestibular.
O Hermínio vai novamente lecionar o curso de Reabilitação Vestibular. Quais foram as impressões que recolheu das primeiras edições?
Minhas impressões foram bastante positivas começando pela Bwizer que demonstrou muito profissionalismo; mas o que mais me chamou a atenção foi a sede de conhecimento dos profissionais portugueses que se mostraram abertos a novos conceitos demonstrando uma enorme capacidade perceptiva.
Quem são os principais destinatários deste curso?
São todos os profissionais que atuam dentro de um campo de reabilitação destacando-se os fisioterapeutas, fonoaudiólogos (fala e audição), terapeutas ocupacionais e médicos.
O que podem os alunos esperar da Reabilitação Vestibular? Qual diria que são os principais impactos na prática clínica imediata?
O sistema vestibular participa de uma enorme gama de funções do sistema nervoso central como equilíbrio, visão, funções do ouvido interno e suas correlações proprioceptivas com destaque ao campo crânio-cervical, e por isso suas repercuções clinicas são inúmeras, a ponto de durante o curso o aluno se surpreender com ferramentas que podem ser utilizadas em inúmeros quadros patológicos como cervicalgias, disfunções de ATM, cefaleias e pacientes neurológicos. Destacando-se uma nova forma de visualizar quadros patológicos se utilizados os mais novos conceitos de neurociência.
Terapia Manual e Reabilitação Vestibular não eram áreas com grande conexão aparente. O que o levou a investir na junção das duas?
Primeiramente devido à relação anatômica, observando as estruturas que tem função neurovascular e biomecânica. Porém, hoje se tem uma noção de que o melhor benefício da terapia manual na reabilitação vestibular está na mudança de informação sensorial que a prática manual propicia ao paciente, somando-se as citadas anteriormente, o que faz uma enorme diferença.
Os seus cursos no Brasil são um sucesso e contam já com várias edições. Qual é a fórmula?
Não sei ao certo se existe uma “fórmula”. No entanto, se fosse descrever algo diria que estudos e formações contínuas, pois acredito que para ser professor devemos ser primeiramente alunos. Também prática clinica e humildade perante aos alunos, o que os deixa mais abertos à recepção das informações, pois a figura mais importante de uma aula é o aluno e não o professor.
Analisando o seu extenso currículo, percebemos que o Hermínio é um profissional que aposta bastante no conhecimento. Que peso tem a formação contínua nos bons resultados obtidos em contexto profissional?
Acredito ser de fundamental importância, pois devido ao caminhar da ciência novos conceitos vão sendo formados, e antigas “verdades” vão caindo ou sendo refinadas e estamos ainda muito longe da compreensão principalmente do cérebro. As profissões de saúde estão em um enorme desenvolvimento nessa área e só se destaca o profissional que esteja atento a essa evolução do conhecimento.
Por fim, que conselho gostaria de dar aos profissionais que trabalham ou querem vir a trabalhar nesta área?
Que não deixem nunca os estudos e a prática clinica de lado e estejam sempre atentos as inovações que a neurociência nos traz, pois acredito que este seja o caminho de todas as áreas de saúde. Quanto mais a neurociência se desenvolve mais descobrimos como e porque as terapias funcionam.
CV: Hermínio Gonçalves é um Fisioterapeuta brasileiro, já com um longo percurso. O seu profissionalismo e a sua assertividade, aliados ao conhecimento que detém particularmente na área da Terapia Manual e Reabilitação Vestibular distinguem-nos dos demais.