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Publicado a 13/10/2018

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Beatriz Minghelli

Programa de fisioterapia escolar: Efeitos na melhoria das lombalgias não-específicas e alterações posturais em adolescentes | Por Beatriz Minghelli (Bwizer Magazine)

Beatriz Minghelli

Este artigo fez parte da 3ª edição da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

 

A lombalgia afeta mais de 80% dos indivíduos em algum momento das suas vidas(1,2), ocorrendo em proporções semelhantes em todas as culturas e interferindo na qualidade de vida(1).

As lombalgias têm-se tornado um crescente e grave problema de saúde pública em crianças e adolescentes, apresentando uma prevalência relativamente elevada durante a idade escolar(2,3). Este distúrbio é muito comum nos adolescentes, uma vez que estes participam num grande número de atividades sem possuírem um bom nível de força na musculatura abdominal e nos extensores da coluna, ao mesmo tempo que apresentam uma limitação na flexibilidade dos músculos isquiotibiais. O período de crescimento rápido também constitui um fator de risco para o desenvolvimento de lombalgias em adolescentes(4,5). As mudanças substanciais nos estilos de vida podem também ter contribuído para este aumento das lombalgias, como o maior tempo gasto na utilização de computadores e jogos eletrónicos(6).

Numa recente meta-análise que incluiu 59 artigos verificou-se que a prevalência pontual de lombalgias em 10 desses estudos foi de 12% (IC 95%: 0,09-0,159), a média da prevalência anual obtida em 13 estudos foi de 34% (IC 95%: 0,269-0,410), e a média da prevalência ao longo da vida obtida em 30 estudos foi de 39% (IC 95%: 0,342-0,459), em crianças e adolescentes (7).

Relativamente aos estudos nacionais, Coelho et al.(8) avaliaram 215 adolescentes com idades entre os 11 e 15 anos da região da Grande Lisboa e verificaram uma prevalência anual de lombalgias (2002-2003) de 39,4% e 34 jovens (16,3%) afirmaram ter lombalgia pontual. Vital et al.(9) avaliaram 215 alunos do 5º ano do centro de Portugal, em 2004, e verificaram que 43,3% dos alunos referiram dores nas costas, sendo que a maioria dos alunos referiu dor na região cervical, seguido da região dorsal e lombar. Minghelli et al.(10) avaliaram 966 adolescentes da região do Algarve e os dados revelaram uma prevalência de lombalgia pontual de 15,7% (152 alunos), a lombalgia anual foi verificada em 456 (47,2%) alunos e a lombalgia ao longo da vida em 600 (62,1%) alunos.

A lombalgia em jovens adultos apresenta um impacto negativo significativo, estando comumente associada à procura de cuida¬dos de saúde, uso de medicamentos, aumento do absentismo escolar e com uma diminuição na qualidade de vida(11,12). Um em cada seis adolescentes com lombalgia procura assistência médica(13).

No estudo de Minghelli et al.(10) verificou-se que 83 (18,2%) alunos procuraram um profissional de saúde e que 78 (17,1%) alunos realizaram algum tipo de tratamento por causa de lombalgias. Hestbaek et al.(14) realizaram um estudo prospectivo com oito anos de follow-up com o objetivo de descrever a evolução da lombalgia da adolescência para a idade adulta. Os resultados do estudo apontaram para que a lombalgia, na fase da adoles¬cência, constitua um fator de risco significativo para o desenvolvimento de lombalgia na vida adulta. Desta forma, a avaliação da dor em crianças e adolescentes é fundamental, não apenas por prejudicar a sua saúde enquanto jovem, mas também por predispor ao desenvolvimento de dor crónica na idade adulta(4,13). 

 

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Este artigo fez parte da 3ª edição da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.


Fonte: Fonte: Consulte a 3ª edição da Bwizer Magazine

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