O bebé começa a sua viagem dos sentidos no útero materno. As primeiras descobertas do tacto, olfacto, audição, visão e mesmo paladar fá-las através do líquido amniótico entre as paredes uterinas.
Ao longo dos 9 meses de gravidez sabemos que os sistemas sensoriais desenvolvem-se de forma a que o bebé explora e interaja com o meio exterior.
O sistema nervoso, que permite a condução e o cruzamento dos estímulos sensoriais, amadurece nos primeiros anos de vida, enriquecendo-se com as experiências afectivas e sensoriais que os bebés experimentam com os seus pais e com o meio envolvente.
Vamos, então, espreitar para as cinco “janelas” dos sentidos e conhecer melhor este bebé: (um texto da Fisioterapeuta Maria João Alvito)
VISÃO
É o sentido menos desenvolvido in-útero. Às 20 semanas de gestação o bebé abre as pálpebras. O mundo aparece desfocado para os bebés, sabemos hoje que o recém-nascido vê a uma distância aproximada de 20cm-30cm (mais ou menos aos 3 meses já vê a uma distância superior a 2,5 m) a distância da face humana ao peito materno! São bem vindos os jogos de expressão facial entre os pais e o bebé: um exemplo é o jogo de deitar a língua de fora...o bebé já consegue faze-lo pois traz consigo um reflexo de deitar a língua fora! O bebé recém nascido tem preferência pela face humana comparada a um brinquedo.
Ao nascer o bebé presta atenção aos contrastes, tais como, os olhos e o mamilo! Um dos testes que o Pediatra fará é mostrar uma bola de cor vermelha e o recém nascido irá segui-la !
A percepção da cor, ao 2º mês, já lhe permite distinguir cores fortes e primarias como o vermelho , verde e azul.
Ao 6º mês já apresenta uma visão tridimensional com a percepção da distância e profundidade, coincidindo esta aquisição com a posição de sentado que já conquistou a brincar.
AUDIÇÃO
Já é funcional antes do nascimento. Às 28 semanas de gestação o bebé detecta sons intensos, por exemplo: vozes humanas, batimentos do coração, vasos maternos, sons do intestino materno! O recém nascido já conhece a voz materna e paterna assim como outros sons típicos como por exemplo a voz de um irmão ou animal de estimação da casa não estranhando estes sons caseiros quando nasce.
Ao crescerem os bebés preferem vozes agudas, viram-se, olham atentamente para descobrir de onde vem o som. Os recém-nascidos preferem a companhia das vozes humanas a outros sons exteriores. A língua materna- português - assim como outra língua que um dos progenitores fale é assimilada e compreendida pelo bebé sendo fundamental usarmos os sons da língua quando lhe dirigimos a conversa evitando “falar à bebé “! Use a voz como um “colo “ pois muitas vezes no vosso dia a dia não poderão dá-lo mas mantenham contacto através da voz materna e paterna ....observem e vão descobrir que o bebé acalma ! Ao realizarem as rotinas (mudar fralda, dar banho, alimentar, por a arrotar,..) vão conversando com ele. Aos dois meses o bebé começará a vocalizar, balbuciar e palrar realizando pausas para os pais responderem!
PALADAR
As cerca de 10.000 papilas gustativas da língua e do palato aparecem, aproximadamente, às 7 semanas de gestação! Cada uma reage ao salgado, azedo, doce ou amargo. O feto engole líquido amniótico e experimenta diferentes informações.
Em geral o recém-nascido prefere o doce (o leite materno é doce), tendo este , para ele, um efeito calmante. Os bebés precisam apenas de duas sucções para reconhecerem uma alteração na quantidade de açúcar dos líquidos!
O bebé experimenta sabores específicos através do que a mãe come e lhe passa pelo leite materno. Evite a utilização de chupetas com doce pois os dentes já se encontram dentro dos maxilares e há que evitar estraga-los com açucares.
Neste momento falta-nos explorar o olfacto e o tacto! Para continuar a ler este artigo de forma imediata e gratuita, clique AQUI!
CV: Maria João Alvito é licenciada em Fisioterapia e até ao momento realizou mais de 200 cursos para profissionais de saúde e educação em Portugal e no estrangeiro. De salientar que tem desenvolvido formação na área da Saúde da Mulher e Educação Parental em diversos países.