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Publicado a 20/01/2020

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Intervenção em enfermagem na pessoa com ostomia respiratória: estomaterapia

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Conceitos e definições importantes

Para compreender a especificidade da intervenção em enfermagem na pessoa com ostomia respiratória, é fundamental dominar conceitos basilares. Assim, vamos recordar como a Norma nº 011/2016 de 28/10/2016 define:

Estomaterapia: "é uma área diferenciada de cuidados de saúde, que integram o saber cientifico-técnico, princípios de relação de ajuda e através da informação, ensinos e aconselhamento, permite à pessoa que irá ou foi submetida a uma ostomia prosseguir a nível pessoal, familiar, profissional e social, com as necessárias “modificações” o mais rápido possível, concretizando objetivos e metas";

Estoma: "stoma é uma palavra de origem grega que significa “abertura” ou boca, utilizada para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca no corpo";

Ostomia: "a técnica da ostomia é a abertura de um órgão por meio cirúrgico, resultando numa boca em contacto com o meio externo, com diferentes finalidades e indicações, como, eliminações urinárias e ou intestinais, para alimentação ou para respiração. A nova abertura recebe o nome de ostomia e a denominação é atribuída de acordo com o segmento e o aparelho de onde provém. A sua designação inicia-se pelo nome do local
seguido de ostomia (ex: traqueostomia - abertura na traqueia para respiração). As ostomias são classificadas segundo a localização, o tempo de permanência e a técnica cirúrgica."

 

Intervenção em enfermagem na pessoa com ostomia respiratória

A intervenção de enfermagem da pessoa a ser submetida a cirurgia de ostomia respiratória deve ser efetuada nas fases pré e pós-ostomia por enfermeiros com experiência e formação específica e reconhecida, em cuidados de estomaterapia nos cuidados hospitalares, nos cuidados domiciliários, nas unidades de internamento de cuidados continuados e de cuidados paliativos.

Ora, a educação para a saúde dirigida à pessoa com ostomia respiratória e/ou representante legal e/ou cuidador, deve incluir um plano detalhado sobre a preparação da alta (da unidade de internamento na fase pós-ostomia e alta hospitalar), assim como os seguintes pontos:

  • "Ensinar, instruir, treinar, supervisionar e apoiar no desenvolvimento de habilidades de autocuidado da traqueotomia e da traqueostomia;
  • Cuidados com higiene geral e oral;
  • Cuidados com a alimentação na pessoa com traqueotomia ou com traqueostomia;
  • Comunicação na pessoa com traqueotomia e na pessoa com traqueostomia;
  • No dia da alta reavaliar educação para a saúde e orientar no uso de dispositivos (filtros, lenços, cânulas, escovilhões, etc);
  • Referenciar para apoios na comunidade."

A intervenção de enfermagem à pessoa (idade pediátrica e adulto) com ostomia respiratória na fase pós-ostomia inclui:

  • "Cuidados ao estoma e pele na traqueotomia, pelo menos, 2 vezes por dia e sempre que o penso está húmido;
  • Cuidados ao estoma e pele na traqueostomia diariamente e de acordo com as condições clínicas da pessoa e com o dispositivo selecionado;
  • Higienização das cânulas (rígidas – interna e externa; silicone) de manhã, à noite e sempre que está obstruída de secreções6,9,11,12;
  • Substituição da cânula externa na traqueotomia do adulto pelo enfermeiro, em ambiente hospitalar, de acordo com protocolo definido a nível local e a indicação de periodicidade definida pelo fabricante ou por indicação clínica;
  • Participação na troca da cânula em idade pediátrica em cuidados hospitalares;
  • Material de fixação da cânula externa de traqueotomia deve trocar-se sempre que está molhado, com perda de integridade ou impregnado de secreções e/ou conteúdo hemático;
  • Permeabilidade das vias aéreas no adulto e em idade pediátrica; Seguimento para reavaliação do autocuidado, prevenção e deteção de complicações da pele peri-estoma e do estoma e avaliação da adaptação aos acessórios de ostomias, introduzindo as alterações, sempre que necessário.""

Substituição da cânula

  • A substituição da cânula externa na traqueotomia do adulto deve ser realizada por profissional de saúde com formação, definido a nível local e de acordo com a indicação de periodicidade definida pelo fabricante ou por indicação clínica. Já em idade pediárica, esta troca da cânula deve apenas ser realizada em ambiente hospitalar, por equipa especializada (médico ou enfermeiro com experiência e formação específica e reconhecida em cuidados de ostomias respiratórias), sempre que necessário com utilização de um condutor e técnica de Seldinger e quando necessário com apoio de anestesiologia.

Para continuar a ler sobre este tema e, em particular, sobre monitorização, reabilitação vocal, referenciação para serviço de urgência e decanulação, clique AQUI!

Fonte: Norma nº 011/2016 de 28/10/2016 atualizada a 03/03/2017 Indicações Clínicas e Intervenção nas Ostomias Respiratórias em Idade Pediátrica e no Adulto (página 9 de 44 - Norma nº 011/2016 de 28/10/2016 a 03/03/2017)

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