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Publicado a 15/12/2014

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Ricardo Vidal

Histórias de Sucesso | Conheça Ricardo Vidal

Ricardo Vidal

Conheça Ricardo Vidal, fisioterapeuta e, em conjunto com André Silva, um dos mais recentes Certified Kinesio Taping Instructor portugueses! Nesta entrevista, Ricardo fala-nos um pouco do seu percurso profissional no mundo do desporto e da sua mais recente experiência com a certificação pela KTAI.

Fale-nos um pouco de si.
O meu nome é Ricardo Vidal tenho 26 anos e nasci em Caracas. Conclui a minha licenciatura em Fisioterapia no ano de 2011 e desde logo iniciei a minha atividade profissional na Clinica Espregueira-Mendes no Estádio do Dragão. Neste momento, para além da clinica, desempenho funções na AD Modicus, equipa de futsal da 1ª divisão nacional, na Federação Portuguesa de Ciclismo e, muito recentemente, tornei-me instrutor do método oficial de Kinesio Taping.

Quando era adolescente, que profissão gostaria de ter no futuro?
Confesso que sonhei ser jogador de futebol, como tantos outros miúdos, mas o tempo e a falta de qualidade mostrou-me que era melhor dedicar-me a outra coisa. Contudo, a minha “carreira” no futebol dizia-me que o desporto era a minha paixão e que com toda a certeza queria fazer alguma coisa nesse mundo. Felizmente, isso aconteceu e mesmo não jogando ajudo quem o faz.

O que o levou interessar-se pela Fisioterapia?
O interesse pela fisioterapia surgiu após sentir na pele as consequências de ter uma lesão. Quando terminei o secundário tinha tomado a decisão de ingressar na educação física mas, por causa da tal lesão, falhei a realização dos pré-requisitos físicos indispensáveis à admissão. Este episódio obrigou-me a reformular os meus planos, surgindo assim a luz ao fundo do túnel que me guiou até à fisioterapia.

Quais os trabalhos/experiências profissionais que mais o marcaram?
Estes últimos 3 anos têm sido ricos em momentos marcantes na minha vida profissional. A certificação FIFA da clinica foi o início deste carrocel de emoções, que nunca mais parou. A oportunidade que me deram de reabilitar atletas nacionais e internacionais, dar aulas na Faculdade de Medicina do Porto e, mais recentemente, a certificação com Instrutor Kinesio são momentos que nunca irei esquecer.

Pode-nos falar um pouco da sua experiência no mundo do Desporto, nomeadamente na Clínica Espregueira Mendes?
O Prof. Espregueira-Mendes e o fisioterapeuta Rogério Pereira são os grandes responsáveis por ter entrado no mundo da reabilitação desportiva, a quem estarei eternamente grato. A clinica é uma referência na medicina desportiva e por arrasto entrei nesta área fascinante. Ao contrário do que se pensa, tratar um atleta profissional acarreta uma responsabilidade extra ao nosso trabalho, isto porque sermos excelentes profissionais tecnicamente não é suficiente. A relação interpessoal e a empatia com o atleta é fundamental, o que nos obriga a estar quase 24 horas por dia disponíveis para o auxiliar em todo o processo. Neste momento as minhas funções na clinica passam por acompanhar os atletas na sua recuperação ou no melhoramento dos seus rendimentos desportivos. Ultimamente, temos o privilégio de receber futebolistas dos Emirados Árabes Unidos, que nos procuram para a cirurgia, ficando depois algumas semanas em reabilitação. A clinica tem, também, uma modalidade de acompanhamento permanente de atletas nacionais, que se tornam nossos embaixadores a troco de todo o tipo de serviços médico-desportivos: avaliações físicas, reabilitação e diagnóstico. Neste modelo, sigo atletas de diversas modalidades ciclismo, karaté, natação, entre outros. Para além disso, contribuo para a investigação científica da clinica e para a formação/educação, áreas de interesse do nosso centro clinico.

Já participou em algumas formações Bwizer. Quais as que mais o marcaram e que partido tira delas atualmente?
Destaco “Terapia Manual segundo o Conceito Osteoetiopático” porque, sem dúvida, mudou a minha forma de avaliar, diagnosticar e tratar, contribuindo para uma maior eficácia no tratamento. Os cursos de Kinesio® Taping foram, também, marcantes porque fizeram de mim um formador do método. A formação de Trigger Points deu-me, igualmente, ferramentas que auxiliam a minha prática, introduzindo técnicas de trabalho invasivo.

Como foi a experiência de se tornar um Certified Kinesio Taping Instructor? Quais os desafios que encontrou pelo caminho?
Tornar-me CKTI foi talvez o maior e mais gratificante desafio da minha vida profissional até ao momento. Foram 3 dias intensivos de formação, onde fomos sujeitos a uma avaliação permanente por parte dos senior instructors e onde a pressão esteve sempre presente. A experiência foi muito enriquecedora, fiz amigos de diversas nacionalidades e orgulho-me de fazer parte de um grupo tão restrito de profissionais de saúde. Isto tudo não seria possível sem o apoio da Bwizer, a quem estarei eternamente grato, sem o meu companheiro desta luta, o André Silva, e, claro está, sem a preciosa ajuda dos meus amigos Rúben Ferreira e Sérgio Frade que sempre me aturaram com as minhas dúvidas. O meu sincero obrigado a todos.

Como concilia a sua vida pessoal com a profissional?
De todas as questões desta entrevista esta é a mais complicada. Neste momento não é nada fácil, admito. Trabalho cerca de 12 horas por dia, entre a clinica e o futsal, a que se juntam o curso de Osteoetiopatia, mais recentemente os cursos de Kinesio® Taping e ainda o trabalho na Federação de Ciclismo. A vida pessoal reclama pela minha presença, mas por outro lado, compreende que é uma fase boa, em que investi fortemente na minha evolução profissional e que isso irá fazer com que melhores dias apareçam. No entanto, o povo diz, e com razão, que “quem corre por gosto não cansa”.

Uma curiosidade sobre si que nada tenha a ver com a fisioterapia.
Sou um autêntico viciado pela praia e o mar. As minhas férias são totalmente passadas de pé na areia, aproveitando para repor as energias para mais um ano de trabalho. Procuro todos os anos, escolher um destino novo para visitar, onde, claro está, a praia e o mar são o primeiro critério de inclusão da minha escolha. Possivelmente por ter nascido na Venezuela e gostar dos costumes latinos, preferencialmente escolho um país da américa do sul para viajar.

Quais são as suas expectativas para o setor da Saúde em Portugal perante as atuais condições económicas do País?
A saúde em Portugal vai bem e mal ao mesmo tempo. Vai mal porque trabalhamos com as piores condições dos últimos 20 anos, mas vai bem porque temos mais e os mais bem formados profissionais de saúde desses mesmos últimos 20 anos. A previsão do futuro é sempre difícil, mas se continuar a ver as salas de formação cheias de formandos ambiciosos e com sede de conhecimento, tenho a certeza que para esses a vida lhes correrá como sempre a planearam e não sofrerão as consequências da situação económica desfavorável.

Uma dica ou frase de inspiração para aqueles que gostariam de seguir os seus passos e ter um futuro em Fisioterapia?
Não permaneçam na vossa zona de conforto, nem sequer caiam no pessimismo que assola o país. Porque, se nós não lutarmos pelos nossos próprios sonhos ninguém o fará por nós. Procurem ser rigorosos e profissionais no vosso trabalho, porque só assim é que cativam o vosso doente. Avaliem, diagnostiquem e tratem segundo o vosso raciocínio sem adotar protocolos ou “livros de receitas”. Tenham “handling”!

CV: Ricardo Vidal é Fisioterapeuta da equipa profissional do Futebol clube Paços de Ferreira. Desde 2011, ano em que terminou a Licenciatura, exerce funções na Clínica do Dragão - Espregueira Mendes Sports Centre FIFA Medical Centre of Excellence onde acompanha atletas de diversas modalidades. É Instrutor Oficial do Método de Kinesio® Taping (CKTI) e tem a especialização em DOe (Conceito Osteoetiopático).

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