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Publicado a 07/03/2019

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Desmitificando e interpretando a gasometria arterial | Por PortalEnf

Portal Enfermagem

A gasometria arterial é um exame invasivo que permite a avaliação de condições respiratórias e metabólicas, levando em consideração as diversas variáveis que podem modificar significativamente as concentrações dos gases sanguíneos e, consequentemente, o valor do pH, que pode culminar em uma série de prejuízos para o organismo. As alterações no equilíbrio acidobásico podem ser de origem cardíaca, renal, endócrina, infeciosa, overdose, entre outras.

As concentrações dos gases arteriais também podem ser obtidas para a avaliação e decisão sobre a terapia existente, tal como a ventilação mecânica (VM), direcionando a mudança nos parâmetros ventilatórios (FiO2 – fração inspirada de oxigênio; PEEP – pressão expiratória nal positiva; FV – frequência ventilatória; pressão de pico; pressão inspiratória máxima; relação I:E; modo ventilatório, e a administração de bicarbonato de sódio ou terapia com acetazolamida.

No exame são avaliados os seguintes parâmetros:

  • pH (Potencial Hidrogeniónico): determina o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade do sangue. O valor que vai de 0 a 14, sendo 7 o valor mais neutro possível, o mais próximo do 14 indica alcalinidade e mais próximo do 0 indica acidez. Um pH dentro dos limites da normalidade não significa, necessariamente, a ausência de distúrbio acidobásico, visto que podem haver mecanismos compensatórios em ação momento da avaliação.
  • pO (Pressão Parcial de Oxigênio): exprime a eficácia das trocas de O entre os alvéolos e capilares pulmonares, medido em mmHg. Depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo e da capacidade de difusão deste gás.
  • pCO (Pressão Parcial de Gás Carbônico): exprime a eficácia da ventilação alveolar, medido em mmHg. Assim como o oxigênio, a troca é realizada por meio da hematose, obedecendo o grau de difusão dos gases pulmonares.
  • SpO (Saturação de Oxigênio): exprime a saturação, em proporção (%), das oxiemoglobinas carregadoras do oxigênio, ou seja, mede a capacidade das células de reter e distribuir o oxigênio para os tecidos.
  • BE (Base Excess): indica o grau (índice) de retenção ou excreção de bases pelo organismo. Se abaixo do valor de referência, indica que o organismo perdeu bases e, se acima, indica a retenção de bases.
  • HCO (Bicarbonato): metabólito que participa do processo do sistema tampão, cujas alterações sugerem desequilíbrios de natureza metabólica. Expresso em mEq/L.

Coleta

O material é obtido por meio de coleta por punção percutânea e pode ser realizada nas artérias radial, braquial, femoral ou dorsal do pé. No entanto, os sítios mais comumente utilizados são o radial e dorsal do pé devido ao fácil acesso. Cabe ressaltar que se trata de um procedimento privativo do enfermeiro devidamente capacitado por se tratar de um procedimento de maior complexidade. Segundo Decreto Lei 94.406/87 – Art.8 e conforme Resolução COFEN 390/2011.

A coleta na artéria radial exige a avaliação prévia da existência de fluxo sanguíneo contralateral suficiente por meio do teste de Allen (Ver mais sobre), sobretudo para pacientes que apresentem fatores de risco relacionados a distúrbios cardiovasculares e de coagulação.

O teste é realizado comprimindo ambas as artérias no nível do punho com as duas mãos do profissional. Feito isso, solicita-se ao paciente que abra e feche a mão até que a mesma se apresente pálida. O examinador deverá liberar a pressão exercida de uma das artérias e avalia-se o retorno da coloração normal, repetindo-se a manobra na outra artéria. O teste será positivo quando o enchimento é rápido (até 5 segundos) em alguma das artérias (CRUZ; FIGUEIREDO, 2004).

Em casos de Teste de Allen negativo, ou seja, o retorno da circulação for maior que 5 segundos devemos avaliar a realização da punção em outro local.



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REFERÊNCIAS

  • Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – COREN. Parecer COREN-SP 004/2013 – CT PRCI nº 102.931/2012. Ementa: Realização de Gasometria Arterial por prossional de enfermagem. [on line].
  • Disponível em: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/les/parecer_coren_sp_2013_4.pdf [Jun/17]
  • Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – COREN. Parecer COREN-SP CAT Nº 21/2009. [on line]. Ementa: Cateterização arterial por enfermeiros para coleta de sangue e realização de
  • gasometria. Disponível em: http://portal.corensp.gov.br/sites/default/les/parecer_coren_sp_2009_21.pdf [Jun/17]
  • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN Nº 390/2011. [on line] Disponível em http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3902011_8037.html [Jun/17].
  • CRUZ, Isabel Cristina Fonseca da; FIGUEIREDO, José Eduardo Ferreira de. Procedimentos de Enfermagem: incrivelmente fácil. 1ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 2004.
  • MURTA, Genilda F. Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2006 (Série Curso de Enfermagem).
  • PORTH, Carol Mattson; MATFIN, Glenn; Tradução Aline Vecchi … [Et. al.]. Fisiopatologia. 8º Ed, Vol 1; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

Fonte: Portal Enfermagem - https://www.portalenf.com/2018/01/desmitificando-interpretando-gasometria-arterial/

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