"Ao longo da gravidez o corpo da mulher sofre alterações hormonais através de progesterona, estrogénios e relaxina que proporcionam uma maior laxidez musculo-articular.
A parede abdominal modifica-se progressivamente, tal como a malha de um pulôver, a par do crescimento do útero e do bebé. Por curiosidade o tamanho do útero passa de 50g (tamanho correspondente a metade de um hambúrguer) para cerca de 1kg no final da gravidez.
A cintura pélvica adapta-se com uma báscula predominantemente anterior, a região lombar acentua a sua lordose, assim como as restantes curvaturas fisiológicas da coluna sofrem uma resposta adaptativa de forma a redistribuir o peso/postura que a grávida vai adquirindo.
Inferiormente, o pavimento pélvico acompanha estas mudanças, suportando o peso adicional do bebé e do útero; e superiormente, encontramos um diafragma encurtado na sua excursão abdominal."
"Algumas situações e contextos particulares agravam este equilíbrio corporal: o crescimento repentino da barriga/ crescimento uterino (geralmente entre o 4º e 6º mês de gestação e na segunda parte do 3º trimestre quando o útero volta a mover-se descendo na cavidade abdominal), posturas laborais sedentárias ou posturas de demasiada descarga vertical (profissões de pé comerciais ou de constante deslocação em transportes com vibração) associados a uma rotina familiar (como o cuidar de outro filho mais pequeno) fisicamente exigente.
Face a estas mudanças que, por vezes, trazem o aparecimento de queixas na coluna, o mais rápido é comprar uma cinta abdominal no virar da esquina! Um engano tipo ”fast fit” onde estaremos a "adormecer” toda a consciência postural dinâmica e promoveremos falsos suportes, feitos de 100% licra e algodão!
A mulher vem “equipada de série” para poder usar a sua cinta abdominal natural, só precisa de uma pequena ajuda do profissional de saúde." em Utilizar uma cinta abdominal na gravidez e pós-parto: a varinha mágica… ou mito? | por Maria João Alvito (Bwizer Magazine)
Se este tema lhe interessa, assista a um vídeo exclusivo onde as especialistas em saúde materno-infantil, ft. Maria João Alvito e ft. Joana da Ponte, discutem este tema e mostram a importância do papel do profissional de saúde enquanto educador parental: