Este artigo fez parte do Número 12 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.
Estivemos à conversa com Laira Ramos, uma fisioterapeuta nascida no Brasil, com mais de 15 anos de experiência clínica, muitos deles passado em Portugal, local onde se fixou. Tem um PhD em Uroginecologia, área pela qual se apaixonou desde muito cedo. Multiplicar e aprofundar o seu conhecimento e pô-lo ao alcance dos outros foi a forma que encontrou para ir além do seu consultório, da sua prática e do seu estudo.
Curioso para conhecer o seu percurso e segredos? Acompanhe-nos ao longo das próximas linhas.
De forma breve, como se apresenta?
Eu sou fisioterapeuta, formada no Brasil e com Mestrado em Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Motricidade Humana. Após este percurso fui fazer o meu doutoramento no Brasil, já na área uroginecológica, e que consistiu na validação científica do meu protocolo de Reabilitação Perineal Ativa (RPA).
Como surgiu a Fisioterapia na sua vida? E a ligação à área Uroginecológica?
A fisioterapia surgiu na minha vida porque o meu pai é médico. Eu sempre tive com ele no hospital pois residíamos numa cidade muito pequena e fazia parte da minha rotina e da dos meus irmãos irmos ao hospital e “brincarmos” no hospital. Vivíamos numa cidade com menos de 10.000 habitantes e a nossa casa ficava a 100 metros do hospital. Já a minha mãe era preparadora física e assim surgiu a fisioterapia para mim: um misto entre o movimento/educação física e a medicina.
Já a uroginecologia veio por grande influência do meu pai que é ginecologista e que me levou a ver a primeira cesariana, tinha eu apenas 14 anos. Com 16 anos deixou-me assistir a um parto normal e então, como dá para notar, sempre foi uma coisa muito presente no meu dia a dia, desde bem jovem.
Quando eu entrei na faculdade já a minha irmã lá estava a tirar o curso de Medicina. Nós estudámos na mesma universidade, no mesmo hospital-escola, e foi a minha irmã que me deu também um empurrão para desenvolver o meu trabalho na fisioterapia uroginecológica, quando estava ainda a estudar. Desde esse momento investi de corpo e alma nessa área e apaixonei-me pela mesma, tanto que é o que faço até hoje.
O que a motivou a abraçar um desafio profissional “fora de portas” e rumar a Portugal?
O meu pai começou a sua formação em Medicina na Universidade de Coimbra. Por esta razão, passei toda a minha infância a ouvir falar de Portugal e a saber de todas as histórias sobre os anos de faculdade do meu pai, na década de 70, década em que o Brasil e Portugal tinham um acordo de intercâmbio de estudantes entre os dois países. Então, Portugal sempre foi uma opção muito presente durante todo o meu percurso. Quando eu terminei a licenciatura, eu sabia que queria continuar a estudar e fazer um mestrado fora do Brasil e achei que Portugal, por essa lembrança da infância, também por causa da língua e por estar na Europa, seria a melhor opção.
E como foi a adaptação a um novo país?
A minha adaptação a um novo país foi fácil. Considero-me uma pessoa facilmente adaptável e desde que esteja a fazer aquilo que me motiva e que eu realmente gosto, sou capaz de me transformar e integrar a nova realidade. Felizmente tenho facilidade em fazer amigos e acho que adaptar-me a Lisboa foi demasiado fácil. Lisboa é uma cidade linda, eu adoro esta cidade, e por isso sentir-me “em casa”, aqui foi muito natural.
Para continuar a ler esta entrevista, clique AQUI!